Ainda há pessoas com boas ideias e eu não sou uma delas

Nos últimos dias tentamos de tudo.

Primeiro tentamos sopa ou papa com a tradicional colher.
Nada.

Depois o biberon.
Quase nada.

Depois tentámos com ele fixado a ver televisão.
Sucesso nulo.

A brincar com o cão.
Boca cerrada.

Tentámos na cozinha, na sala, no quarto.
No carro, na rua, no centro comercial.
Nem uma gotinha.

Depois lembrámo-nos de andar com ele no carrinho de brincar dele, parar de repente e tentar enfiar-lhe uma colher pela boca abaixo.
Muitas voltas, várias mudas de roupa e zero colheres depois, desistimos.

Depois tentámos com ele meio a dormir.
Um fiasco.

Experimentámos tentar deixá-lo passar fome.
Muitas muitas muitas horas depois.... nada.

Depois começaram a surgir as ideias estúpidas.
A do pai, de ir molhando a xupeta na papa e ir dando.
Desistimos quando percebemos que ainda não iamos a meio do pequeno-almoço quando já iam ser horas de almoçar.

A minha, de lhe enfiar a sopa - e os medicamentos - na boca com uma seringa.
Desistimos depois do primeiro engasganço.

Já exaustos surgiram as ideias apocalípticas: que tinhamos que ligar à pediatra, que provavelmente ele ia ter que ir para o hospital com soro, que agora é que ia descer abaixo do percentil 5.

Depois chegou a segunda-feira e com ela a nossa querida Cristina, a nossa empregada.
Que logo ao pequeno-almoço lhe fez papa. E que ele não queria.
E ela lembrou-se de usar uma colher das nossas. Das gradalhonas mesmo. De sopa.
E ELE COMEU 210 DE PAPA !!!!!!!!!!!!