Eu a falar com o pai, chega o Vicente e tenta dizer-me não sei o quê.
Eu: "Vicente, espera que a mãe está a falar com o pai".
Ele com ar zangado. "Cala já a boca!".
E eu: "O quê?"
Ele repete: "Cala já a boca!"
Eu: "O quê?!?!? Queres ficar de castigo? Pede já desculpa e fala como deve ser!"
Ele: "Desculpa. Cala já a boca por favor".
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Dedução lógica
Limpo o nariz ao Vicente.
Quando acabo, ele diz:: "Mãe, agora sou eu que te tiro os macacos a ti".
Eu: "A mãe não tem macacos".
Ele: "Porquê? Já os comeste todos?"
Quando acabo, ele diz:: "Mãe, agora sou eu que te tiro os macacos a ti".
Eu: "A mãe não tem macacos".
Ele: "Porquê? Já os comeste todos?"
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Pura poesia
No Domingo o Vicente acordou às 9h da matina aos berros que queria ver o nascer do sol.
Lá lhe expliquei que já não dava que agora só no dia seguinte, bla bla bla.
E ele gritava com o sol: "Volta para trás!!!! Volta que eu quero ver-te nascer".
E eu: "Não dá, o sol só consegue andar para a frente".
Ele:"Porquê?!?!?! Não tem marcha-atrás?!?!"
Não, não tem.
E por isso ontem, segunda, às 6 e picos da manhã o Vicente volta a acordar a dizer que queria ver o sol a nascer.
Lá abrimos a janela.
Noite serrada.
Esperamos, esperamos e esperamos.
Muito abraçadinhos, com muitos beijinhos e abraços pelo meio.
"És querida" e "gosto de ti" e "és a minha princesa".
Ver o nascer do sol com o Vicente foi, sem duvida, um momento fantástico.
Mas ficará para sempre marcado pelo momento em que ele olhou para o céu cheio de nuvens e me disse:
"Mãe, há uma diarreia de nuvens no céu..."
Aqui está a diarreia...
Lá lhe expliquei que já não dava que agora só no dia seguinte, bla bla bla.
E ele gritava com o sol: "Volta para trás!!!! Volta que eu quero ver-te nascer".
E eu: "Não dá, o sol só consegue andar para a frente".
Ele:"Porquê?!?!?! Não tem marcha-atrás?!?!"
Não, não tem.
E por isso ontem, segunda, às 6 e picos da manhã o Vicente volta a acordar a dizer que queria ver o sol a nascer.
Lá abrimos a janela.
Noite serrada.
Esperamos, esperamos e esperamos.
Muito abraçadinhos, com muitos beijinhos e abraços pelo meio.
"És querida" e "gosto de ti" e "és a minha princesa".
Ver o nascer do sol com o Vicente foi, sem duvida, um momento fantástico.
Mas ficará para sempre marcado pelo momento em que ele olhou para o céu cheio de nuvens e me disse:
"Mãe, há uma diarreia de nuvens no céu..."
Aqui está a diarreia...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
O Vicente quer casar
O Vicente está apaixonado e quer casar.
Ele: "Sabes mãe, vou casar com a M.".
Eu: "Ai sim? E tu sabes o que é casar?"
Ele: "Sei. Vamos a uma igreja e casamos".
Eu: "E depois?".
Ele: "Depois vamos ao shopping passear e ao supermercado comprar comida e um carrinho para brincar"
Ele: "Sabes mãe, vou casar com a M.".
Eu: "Ai sim? E tu sabes o que é casar?"
Ele: "Sei. Vamos a uma igreja e casamos".
Eu: "E depois?".
Ele: "Depois vamos ao shopping passear e ao supermercado comprar comida e um carrinho para brincar"
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Este momento podia ter sido fofinho
Todos os dias de manhã, quando o deixo no colégio, o Vicente diz-me que vai ter saudades minhas. E quando o vou buscar diz que teve muitas saudades minhas. E insiste.
E hoje perguntou-me:
"Tu não tens saudades minhas?"
E eu:
"Claro que sim! Mas sabes, a mãe tem um truque! Quanto tenho muitas saudades tuas fecho os olhos e vejo a tua carinha, a brincares, a rires".
Ele sorriu animado.
Digo eu:
"Queres experimentar? Fecha lá os olhos".
Ele fechou e fez um enorme sorriso de felicidade.
E eu pergunto:
"Então, não estás a ver a mamã?".
Responde ele:
"Não, estou a ver um carro de corrida vermelho".
E hoje perguntou-me:
"Tu não tens saudades minhas?"
E eu:
"Claro que sim! Mas sabes, a mãe tem um truque! Quanto tenho muitas saudades tuas fecho os olhos e vejo a tua carinha, a brincares, a rires".
Ele sorriu animado.
Digo eu:
"Queres experimentar? Fecha lá os olhos".
Ele fechou e fez um enorme sorriso de felicidade.
E eu pergunto:
"Então, não estás a ver a mamã?".
Responde ele:
"Não, estou a ver um carro de corrida vermelho".
Ir às urgências já é cool
Foi um fim de semana tranquilo até às 18 horas de Domingo.
Hora em que o Vicente meteu um bago de romã.... no nariz.
Assustou-se, chorou, eu enervei-me com ele e depois acalmamos os dois.
Sem saber o que fazer, liguei para a Saúde 24.
"Ah pois, e tal, tem que ir já para as urgências.
Para que hospital vai? Vamos já mandar para lá um fax para estarem à sua espera".
Ele a brincar calmamente, eu a começar a stressar.
"E tem forma de se deslocar de imediato às urgências ou quer que chamemos o 112?"
Ok, stress total.
Enfio-lhe um casaco a ele, outro a mim e piro-me para as urgências.
Quando lá chego já lá está o fax.
Entro logo.
O médico vê, e volta a ver, e volta a ver.... e nada.
"Não vejo nada", diz o médico.
"Mas ainda está aqui!", diz o Vicente.
Uma valente seringadela de soro na narina oposta, ele a tentar mandar para fora.
Nada.
Entretanto, domingo à noite, não há otorrinos pediátricos.
Só na segunda de manhã....
Diz um médico: "O melhor é ficar internado".
Diz o outro: "Se a mãe estiver atenta a qualquer dificuldade em respirar durante a noite pode ir para casa e está cá amanhã logo cedo".
Eu olhava para ele e ele estava perfeitamente normal....
Fomos para casa.
Não o larguei um segundo.
Ele como se nada fosse.
No dia seguinte de manhã, regresso ao hospital, desta vez com o pai.
E em menos de 5 minutos o otorrino sacou o bago da romã para fora.
Ao fim do dia, digo-lhe eu:
"Aprendeste a lição Vicente? Nunca mais voltas a fazer isto pois não?"
Resposta dele com ar semi-alucinado e de quem está a pensar isto foi a coisa mais fixe que alguma vez fiz:
"Vou contar aos meus amigos todos que meti uma coisa no nariz!".
Como me foi sugerido no Facebook, o melhor é avisar as mães dos amigos...
Hora em que o Vicente meteu um bago de romã.... no nariz.
Assustou-se, chorou, eu enervei-me com ele e depois acalmamos os dois.
Sem saber o que fazer, liguei para a Saúde 24.
"Ah pois, e tal, tem que ir já para as urgências.
Para que hospital vai? Vamos já mandar para lá um fax para estarem à sua espera".
Ele a brincar calmamente, eu a começar a stressar.
"E tem forma de se deslocar de imediato às urgências ou quer que chamemos o 112?"
Ok, stress total.
Enfio-lhe um casaco a ele, outro a mim e piro-me para as urgências.
Quando lá chego já lá está o fax.
Entro logo.
O médico vê, e volta a ver, e volta a ver.... e nada.
"Não vejo nada", diz o médico.
"Mas ainda está aqui!", diz o Vicente.
Uma valente seringadela de soro na narina oposta, ele a tentar mandar para fora.
Nada.
Entretanto, domingo à noite, não há otorrinos pediátricos.
Só na segunda de manhã....
Diz um médico: "O melhor é ficar internado".
Diz o outro: "Se a mãe estiver atenta a qualquer dificuldade em respirar durante a noite pode ir para casa e está cá amanhã logo cedo".
Eu olhava para ele e ele estava perfeitamente normal....
Fomos para casa.
Não o larguei um segundo.
Ele como se nada fosse.
No dia seguinte de manhã, regresso ao hospital, desta vez com o pai.
E em menos de 5 minutos o otorrino sacou o bago da romã para fora.
Ao fim do dia, digo-lhe eu:
"Aprendeste a lição Vicente? Nunca mais voltas a fazer isto pois não?"
Resposta dele com ar semi-alucinado e de quem está a pensar isto foi a coisa mais fixe que alguma vez fiz:
"Vou contar aos meus amigos todos que meti uma coisa no nariz!".
Como me foi sugerido no Facebook, o melhor é avisar as mães dos amigos...
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
A dura realidade
O Vicente queria comprar um comboio no supermercado e nós dissemos não.
Veio para casa, choramingou, fez birra.
E disse "vocês são maus porque não me deram o comboio".
E voltou a dizer. Uma, duas, três vezes.
Até que eu lhe digo: "Não te demos o comboio mas demos-te esse carro que tens na mão e todos os que tens nos cestos de brinquedos. E a tua bicicleta e o carro grande de brincar. E os livros todos e os DVD´s. E essa camisola gira que gostas tanto, e as calças e os ténis. E o leite que bebeste de manhã. E também te demos as bolachas que comeste agora e o esparguete à bolonhesa do jantar. Também te damos a cama onde dormes e a casa onde moras e o automóvel onde andas todos os dias, e damos-te a escola, e o inglês e a piscina. Somos maus, somos?".
Ele ficou a olhar para mim calado.
Eu insisto: "Responde à mãe: somos maus?".
Ele força a tosse e diz: "Não consigo falar, estou cheio de tosse".
E vai-se embora
Veio para casa, choramingou, fez birra.
E disse "vocês são maus porque não me deram o comboio".
E voltou a dizer. Uma, duas, três vezes.
Até que eu lhe digo: "Não te demos o comboio mas demos-te esse carro que tens na mão e todos os que tens nos cestos de brinquedos. E a tua bicicleta e o carro grande de brincar. E os livros todos e os DVD´s. E essa camisola gira que gostas tanto, e as calças e os ténis. E o leite que bebeste de manhã. E também te demos as bolachas que comeste agora e o esparguete à bolonhesa do jantar. Também te damos a cama onde dormes e a casa onde moras e o automóvel onde andas todos os dias, e damos-te a escola, e o inglês e a piscina. Somos maus, somos?".
Ele ficou a olhar para mim calado.
Eu insisto: "Responde à mãe: somos maus?".
Ele força a tosse e diz: "Não consigo falar, estou cheio de tosse".
E vai-se embora
domingo, 13 de novembro de 2011
Isto deve ter uma explicação....
O mundo do Vicente pára quando está a dar o anúncio da Popota.
Quis perceber porquê.
Vicente: "Porque é que gostas da Popota??"
Resposta básica: "Porque ela usa saia".
ISto foi ontem.
Hoje disse-me que queria ver a Popota nua.
Medo.... muito medo!!!!
Quis perceber porquê.
Vicente: "Porque é que gostas da Popota??"
Resposta básica: "Porque ela usa saia".
ISto foi ontem.
Hoje disse-me que queria ver a Popota nua.
Medo.... muito medo!!!!
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Este blog precisava de um dia assim mas eu não
Nada como um dia complicado para animar a coisa.
Dois dias, na verdade.
Terça-feira.
Trabalho de manhã e saio disparada à hora de almoço para ir buscar as gémeas ao colégio que tinham uma consulta de rotina no centro de saúde para mantermos o contacto com a nossa médica de família.
Quando chego ao colégio um cartaz gigante afixado na porta alerta que há um caso de escarlatina na sala do Vicente.
Boa.
Não faltava mais nada.
As miúdas iam com tosse.
Muita tosse.
O que nem é grande novidade por estas bandas.
Conversa para ali e para aqui. ai a Maria, estou preocupada com a Maria.
E despe e vê e "Ah, é melhor irem com ela ao hospital fazer um raio x aos pulmões".
?!?!?!?
"Acho que ela está com dificuldades respiratórias".
Ok.
Mete no carro, eu fico no hospital com a Maria, pai vai dar uma volta com a Eva.
Eram 15h.
Fazemos a triagem, oxigénio a 92%, e já não saimos de lá.
Uma inalação com adrenalina e raio x.
Um filme para fazer o raio x, teve que ser embrulhada tipo múmia.
Raio x ok, mas continua com dificuldades em respirar.
Mais uma inalação, mais meia hora de espera para medir novamente o oxigénio, mais uma inalação.
Cinco inalações e muitas horas depois, autorização para irmos jantar.
Pai já está em casa a trepar pelas paredes com o jantar dos outros dois.
Lá vou, meto-me no táxi e vou até casa.
São 19h.
É tudo despachado a leite, tudo de pijama vestido e lá vamos todos para o hospital.
Pai fica no carro com os outros já a dormir, eu lá vou com a Maria, convencida que era rápido.
Oxigénio a 94%.
Só tem alta com pelo menos 96%....
Ligo ao pai, digo-lhe para ir para casa deitar os outros.
Voltamos à saga das inalações.
"Pois mãe, se calhar é melhor começar a mentalizar-se que ela tem que ficar internada para fazermos medicação venosa...".
Mais mais duas inalações depois, oxigénio chega aos 97%.
Foi a loucura.
Médico passa as receitas com esquemas de horários inacreditáveis - que incluem inalações às 3h da matina.
Falo da escarlatina na sala do irmão.
"Já que ela tem que ficar em casa, mais vale ficarem todos. Escarlatina em cima desta complicação respiratória é para evitar a todo o custo".
Perspectivo o resto da semana em casa com os três....
Piro-me de táxi para casa e converso com o taxista sobre faxes e melancias...
São 23h quando chego a casa.
Deito-a.
Pai sai para comprar medicamentos.
Tipo estafeta.
Como qualquer coisa.
Ela tosse.
E tosse.
E volta a tossir.
E tosse toda a noite.
E eu faço a inalação e acho que ela está bem melhor.
E a irmã pior.
Acordam as duas às 10h da matina.
Inalações e antibióticos e a Eva a ir-se abaixo.
Vicente corre pela casa.
Maria quer colo.
A empregada está constipada e de máscara.
E eu preocupada agora com a Eva.
Maria e Vicente ficam com a empregada.
Pego na Eva e vamos até ao hospital.
São 12h.
Alguns médicos ainda são os mesmos....
"Mas não melhorou?"
"Não, não, esta é outra... é igual, mas é outra....".
Oxigénio a 91%.
Recomeça a saga toda: inalações atrás de inalações e raio x
São 18h quando chegamos a casa.
Está um temporal daqueles...
Dou medicação.
Preparo-me para tratar do jantar quando a luz vai abaixo.
Espero.
E espero.
E ligo ao pai:."DEspacha-te que não há luz e não estou para fica sozina com os três à luz da vela....".
Numa casa onde tudo funciona a electricidade, lá consigo arranjar uma botija de gás de campismo para aquecer leite.
Bebem todos leite.... outra vez.
Vamos todos para a cama às 19.30h, cada um com a sua lanterna.
Vicente está animadíssimo com a .
Às 20.30 ainda não há luz.
Eva tosse furiosamente.
Vou buscá-la.
Vomita o leite todo.
Está tudo escuro.
Tapamos o vomitado com umas toalhas.
Vicente anda de pilha na mão e quer limpar.
Mudo a Eva e volto a colocá-.la na cama.
A casa tresanda a vomitado.
Telefono para a EDP.
Não sabem nada.
Miúdas têm inalações para fazer.
Começo a stressar.
Deito-me no chão no quarto delas porque não há intercomunicador para ninguém e a tosse está ao rubro.
A luz sem vir.
A hora das inalações a passar.
A ficar para trás.
À meia noite e meia o pai acorda-me.
Veio a luz.
Desço as escadas, preparo a inalação da que está mais atrasada e subo.
Faço tudo com ela a dormir.
Faço o mesmo à segunda.
Vicente grita que não quer ficar sozinho sem luz.
Vou lá e mostro-lhe que já há luz.
É uma e meia da matina.
Uma tem medicação para tomar às 2h e outra às 4h.
Afixo tudo no frigorífico para não me desorientar.
E venho até aqui contar as novidades para fazer tempo até ao medicamento de uma delas.
Da Maria. Ou da Eva. Já não sei.
Este blog anima com um dia assim.
Mas eu não.
Dois dias, na verdade.
Terça-feira.
Trabalho de manhã e saio disparada à hora de almoço para ir buscar as gémeas ao colégio que tinham uma consulta de rotina no centro de saúde para mantermos o contacto com a nossa médica de família.
Quando chego ao colégio um cartaz gigante afixado na porta alerta que há um caso de escarlatina na sala do Vicente.
Boa.
Não faltava mais nada.
As miúdas iam com tosse.
Muita tosse.
O que nem é grande novidade por estas bandas.
Conversa para ali e para aqui. ai a Maria, estou preocupada com a Maria.
E despe e vê e "Ah, é melhor irem com ela ao hospital fazer um raio x aos pulmões".
?!?!?!?
"Acho que ela está com dificuldades respiratórias".
Ok.
Mete no carro, eu fico no hospital com a Maria, pai vai dar uma volta com a Eva.
Eram 15h.
Fazemos a triagem, oxigénio a 92%, e já não saimos de lá.
Uma inalação com adrenalina e raio x.
Um filme para fazer o raio x, teve que ser embrulhada tipo múmia.
Raio x ok, mas continua com dificuldades em respirar.
Mais uma inalação, mais meia hora de espera para medir novamente o oxigénio, mais uma inalação.
Cinco inalações e muitas horas depois, autorização para irmos jantar.
Pai já está em casa a trepar pelas paredes com o jantar dos outros dois.
Lá vou, meto-me no táxi e vou até casa.
São 19h.
É tudo despachado a leite, tudo de pijama vestido e lá vamos todos para o hospital.
Pai fica no carro com os outros já a dormir, eu lá vou com a Maria, convencida que era rápido.
Oxigénio a 94%.
Só tem alta com pelo menos 96%....
Ligo ao pai, digo-lhe para ir para casa deitar os outros.
Voltamos à saga das inalações.
"Pois mãe, se calhar é melhor começar a mentalizar-se que ela tem que ficar internada para fazermos medicação venosa...".
Mais mais duas inalações depois, oxigénio chega aos 97%.
Foi a loucura.
Médico passa as receitas com esquemas de horários inacreditáveis - que incluem inalações às 3h da matina.
Falo da escarlatina na sala do irmão.
"Já que ela tem que ficar em casa, mais vale ficarem todos. Escarlatina em cima desta complicação respiratória é para evitar a todo o custo".
Perspectivo o resto da semana em casa com os três....
Piro-me de táxi para casa e converso com o taxista sobre faxes e melancias...
São 23h quando chego a casa.
Deito-a.
Pai sai para comprar medicamentos.
Tipo estafeta.
Como qualquer coisa.
Ela tosse.
E tosse.
E volta a tossir.
E tosse toda a noite.
E eu faço a inalação e acho que ela está bem melhor.
E a irmã pior.
Acordam as duas às 10h da matina.
Inalações e antibióticos e a Eva a ir-se abaixo.
Vicente corre pela casa.
Maria quer colo.
A empregada está constipada e de máscara.
E eu preocupada agora com a Eva.
Maria e Vicente ficam com a empregada.
Pego na Eva e vamos até ao hospital.
São 12h.
Alguns médicos ainda são os mesmos....
"Mas não melhorou?"
"Não, não, esta é outra... é igual, mas é outra....".
Oxigénio a 91%.
Recomeça a saga toda: inalações atrás de inalações e raio x
São 18h quando chegamos a casa.
Está um temporal daqueles...
Dou medicação.
Preparo-me para tratar do jantar quando a luz vai abaixo.
Espero.
E espero.
E ligo ao pai:."DEspacha-te que não há luz e não estou para fica sozina com os três à luz da vela....".
Numa casa onde tudo funciona a electricidade, lá consigo arranjar uma botija de gás de campismo para aquecer leite.
Bebem todos leite.... outra vez.
Vamos todos para a cama às 19.30h, cada um com a sua lanterna.
Vicente está animadíssimo com a .
Às 20.30 ainda não há luz.
Eva tosse furiosamente.
Vou buscá-la.
Vomita o leite todo.
Está tudo escuro.
Tapamos o vomitado com umas toalhas.
Vicente anda de pilha na mão e quer limpar.
Mudo a Eva e volto a colocá-.la na cama.
A casa tresanda a vomitado.
Telefono para a EDP.
Não sabem nada.
Miúdas têm inalações para fazer.
Começo a stressar.
Deito-me no chão no quarto delas porque não há intercomunicador para ninguém e a tosse está ao rubro.
A luz sem vir.
A hora das inalações a passar.
A ficar para trás.
À meia noite e meia o pai acorda-me.
Veio a luz.
Desço as escadas, preparo a inalação da que está mais atrasada e subo.
Faço tudo com ela a dormir.
Faço o mesmo à segunda.
Vicente grita que não quer ficar sozinho sem luz.
Vou lá e mostro-lhe que já há luz.
É uma e meia da matina.
Uma tem medicação para tomar às 2h e outra às 4h.
Afixo tudo no frigorífico para não me desorientar.
E venho até aqui contar as novidades para fazer tempo até ao medicamento de uma delas.
Da Maria. Ou da Eva. Já não sei.
Este blog anima com um dia assim.
Mas eu não.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Histerismo colectivo
O fim de tarde até estava a correr bem.
O Vicente só tinha empurrado as irmãs aí umas 20 vezes.
A Maria só tinha puxado o cabelo aos irmãos aí umas 10 vezes
A Eva só tinha feito o papel de vítima aí umas 5.
Vicente corria nú pela casa mas pelo menos tinha os chinelos calçados.
Maria atirou metade da sopa pela boca fora mas pelo menos engoliu a outra metade
Eva espalhou batatas fritas pela casa mas pelo menos enquanto o fez esteve calada.
E eu a contar sempre até 10 para manter a calma.
Até que, quando elas estavam calmas a brincar, o Vicente diz:
"Mãe, está ali um bicho".
E eu nem olho, a pensar que é uma aranha.
E ele insiste. "Olha!".
E eu olho e vejo uma centopeia gigante a passear pelo quarto.
Eu grito, elas gritam, ele sobe para cima de uma cadeira.
Eu tento acertar-lhe com o sapato e não acerto, claro.
Não tenho coragem de a pisar e, por isso, começo a atirar-lhe brinquedos, e continuo a gritar.
E a Eva quer ir ter com o bicho, e eu enfio-a debaixo do braço e continuamos todos a gritar.
E aos saltos pelo quarto.
Até que pego na mesa deles se sentarem a brincar, viro-a ao contrário e cheia de coragem mas de olhos fechados e goela aberta, esmago o bicho.
E depois atiro mil brinquedos para cima da mesa, que usar o meu pezinho para a pisar está fora de questão.
E depois piramo-nos todos do quarto e deixamos a centopeia enterrada meia-viva à espera que o pai chegasse.
Histéricos, claro está.
E quando o pai chega e levanta a mesa diz: "Olha que giro, ainda mexe a cabeça...."
O Vicente só tinha empurrado as irmãs aí umas 20 vezes.
A Maria só tinha puxado o cabelo aos irmãos aí umas 10 vezes
A Eva só tinha feito o papel de vítima aí umas 5.
Vicente corria nú pela casa mas pelo menos tinha os chinelos calçados.
Maria atirou metade da sopa pela boca fora mas pelo menos engoliu a outra metade
Eva espalhou batatas fritas pela casa mas pelo menos enquanto o fez esteve calada.
E eu a contar sempre até 10 para manter a calma.
Até que, quando elas estavam calmas a brincar, o Vicente diz:
"Mãe, está ali um bicho".
E eu nem olho, a pensar que é uma aranha.
E ele insiste. "Olha!".
E eu olho e vejo uma centopeia gigante a passear pelo quarto.
Eu grito, elas gritam, ele sobe para cima de uma cadeira.
Eu tento acertar-lhe com o sapato e não acerto, claro.
Não tenho coragem de a pisar e, por isso, começo a atirar-lhe brinquedos, e continuo a gritar.
E a Eva quer ir ter com o bicho, e eu enfio-a debaixo do braço e continuamos todos a gritar.
E aos saltos pelo quarto.
Até que pego na mesa deles se sentarem a brincar, viro-a ao contrário e cheia de coragem mas de olhos fechados e goela aberta, esmago o bicho.
E depois atiro mil brinquedos para cima da mesa, que usar o meu pezinho para a pisar está fora de questão.
E depois piramo-nos todos do quarto e deixamos a centopeia enterrada meia-viva à espera que o pai chegasse.
Histéricos, claro está.
E quando o pai chega e levanta a mesa diz: "Olha que giro, ainda mexe a cabeça...."
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Vergonha parte II
Fim de semana em passeio.
Uma moto aqui, uma moeda para andar no carro ali, um carro no chinês da esquina.
Até que entramos numa loja " a sério" e ele pede mais um carro.
E eu não.
E ele insiste.
E eu não.
E a senhora da loja mete-se na conversa.
Do meu lado, pelo menos isso.
E tenta convencê-lo que a mãe se não compra é porque não pode, e de certeza que ele tem muitos brinquedos e bla bla bla.
Até que ele responde com o ar mais infeliz do mundo:
"Sabes, as minhas manas partem os meus brinquedos todos e depois a minha mãe não me compra nada".
Uma moto aqui, uma moeda para andar no carro ali, um carro no chinês da esquina.
Até que entramos numa loja " a sério" e ele pede mais um carro.
E eu não.
E ele insiste.
E eu não.
E a senhora da loja mete-se na conversa.
Do meu lado, pelo menos isso.
E tenta convencê-lo que a mãe se não compra é porque não pode, e de certeza que ele tem muitos brinquedos e bla bla bla.
Até que ele responde com o ar mais infeliz do mundo:
"Sabes, as minhas manas partem os meus brinquedos todos e depois a minha mãe não me compra nada".
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